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DO COMITÊ TÉCNICO DO MAPEAMENTO

INTRODUÇÃO

O avanço do extremismo no mundo nos últimos anos tem sido notável e é tema de análise de diferentes campos de conhecimento. No Brasil, desde 2016, vivenciamos o avanço desses movimentos e seu impacto sobre o desenvolvimento e implementação de políticas públicas, em especial às relacionadas com educação.


O foco nas políticas educacionais não é arbitrário, pois faz parte de um projeto relacionado com uma recomposição ideológica do mundo, se assim podemos chamar, que envolve inclusive desconstruir os ideais modernos e iluministas, que são a base do pensamento democrático e da concepção de direitos. Autores como Benjamin R. Teitelbaum apresentam o desenvolvimento dessas ideias ao longo do século XX e XXI, e o avanço de lideranças deste campo de desconstrução de direitos como parte de uma estratégia de dinamitação das concepções que amparam o mundo contemporâneo, visando a construção de algo novo, que recupere as tradições e aquelas concepções anteriores ao advento do iluminismo.


É no sentido de compreender como essas ideias foram se consolidando ao longo do tempo, que este Mapeamento Educação sob Ataque no Brasil foi desenvolvido. Seu objetivo é apresentar o avanço dessas ideias, através de proposições legislativas, de casos concretos, e de reunir referências de estudos e materiais que já têm trabalhado essa análises, em diversas esferas, mostrando como, mesmo com tipologias diferentes e atores de grupos diversos promovendo tais ataques, eles têm interrelações e são movidos por ideais análogos.


O levantamento legislativo, de casos e de referências foi realizado seguindo critérios metodológicos construídos conjuntamente com a coordenação da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e o Comitê Técnico do projeto, composto por especialistas que atuam em áreas correlatas aos temas analisados.


O mapeamento legislativo foi realizado em todo território nacional, cobrindo as proposições legislativas da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Assembleias Legislativas dos 26 estados e da Câmara Legislativa do Distrito Federal, chegando ao total de 1.993 proposições legislativas que abrangem tanto proposições que representam ataques e ameaças quanto, em menor escala, oposições progressistas relevantes em resistências. O recorte temporal mapeado desta pesquisa corresponde ao período entre janeiro de 1989 até setembro de 2023.

O levantamento de casos contou com buscas em buscadores online e bases de notícias, além de casos locais conhecidos e apoiados pela rede da Campanha em seus Comitês Regionais, assim como pelas entidades e membros do Comitê Técnico. Foram mapeados casos dos últimos 10 anos, de 2013 (ano que marca a primeira ação sobre o Escola Sem Partido) a 2023, hoje.


Em relação aos casos de 2013 a 2023, são 201 casos de repercussão local, em busca sistemática nacional, em veículos locais ou que circularam em redes de escolas. Temos uma média de 18 casos de ataques por ano, sendo mais de um por mês. A maioria se concentra na região Centro-Oeste. Com “casos” estamos nos referindo a fatos ocorridos e não notícias, dado que um fato pode ter sido noticiado por mais de um veículo.


Já as referências de repositórios e estudos foram construídas a partir do trabalho recente e mais atualizado realizado pela Campanha e pelas entidades e especialistas do Comitê Técnico, trazendo a opção de mergulhos profundos em cada uma das temáticas desse estudo, conforme o caminho que escolher o leitor.


As palavras-chave principais buscadas neste mapeamento de legislação, casos, e referências derivam dos seguintes blocos de temas dos quais derivaram as palavras-chaves relacionados com o avanço dos ataques nas políticas educacionais: Escola sem Partido; Militarização; Raça; Gênero; Homeschooling e Educação Domiciliar; Livros Didáticos; Laicidade e Religião; Agronegócio e Mineração (ver Tabela 1)

Quadro 1 - Palavras-chave do Mapeamento Educação sob Ataque no Brasil


No total foram mapeadas 1.993 propostas legislativas, das quais 1.319 (66,2%) correspondem a legislações estaduais e 674 (33,8%) à legislação federal.


Tabela 1 - Total das proposições legislativas mapeadas



Vale ressaltar a decisão do Comitê Técnico deste mapeamento de não publicarmos os bancos de dados, de forma não somente a preservar e proteger vítimas como também de sorte a não colaborar com a ampliação de ataques à educação, colocando as informações ao serviço dos atores que defendem e atuam por tais retrocessos na educação. Os bancos serão utilizados para pesquisas de fôlego e para ações políticas nos diversos temas por este grupo e por demais pesquisadores e ativistas que tiverem interesse em ingressar nessa empreitada conosco nos próximos anos.


Esperamos poder fomentar o debate, a pesquisa e a ação no país sobre os temas aqui mapeados na educação e seguir colaborando para uma educação pública e gratuita livre de violências, preconceitos, discriminações, com formação plena e crítica de nosso povo. Vamos juntos?


As organizadoras:

Andressa Pellanda

Coordenadora Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação

Marcele Frossard

Coordenadora de Políticas e Programa da Campanha Nacional pelo Direito à Educação


SUMÁRIO


Introdução


1. Casos (clique para ir à seção)

1.1. Agronegócio

1.2. Aparatos de Segurança Privada

1.3. Censura

1.4. Demissão

1.5. Doutrinação

1.7 Escola sem Partido

1.8 Gênero

1.9 Homotransfobia

1.10 Livros didáticos

1.11 Militarização

1.12 Mirim

1.13 Neonazistas e neofascismos

1.14 Perseguição

1.15 Racismo

1.16 Religião

1.17 Violência contra as Escolas


2. Proposições Legislativas Federais (clique para ir à seção)

2.1. Câmara dos Deputados

2.2. Senado Federal








3. Proposições Legislativas Subnacionais (clique para ir à seção)

3.1. Região Centro-Oeste

3.2. Região Norte

3.3. Região Nordeste

3.4 Região Sudeste

3.5 Região Sul


4. Referências e pesquisas (clique para ir à seção)

4.1. Escola Sem Partido

4.2. Militarização

4.3. Raça e etnia

4.4. Gênero

4.5. Educação Domiciliar

4.6. Livros Didáticos

4.7. Religião e laicidade

4.8. Agronegócio e educação


1. CASOS

Entre os 201 casos levantados por nós nas buscas sistemáticas on-line, local ​e nos territórios via articulação da Campanha e pesquisa, a predominância ​foi no tema da militarização, que representou 21,4% dos casos ​identificados. Os temas relacionados à perseguição e ao neofascismo ​também foram destacados, correspondendo a 16,9% e 10,4%, ​respectivamente, do total de casos levantados.


















Gráfico 1 — Casos por Palavras-Chave. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.



No que se refere às regiões brasileiras, os casos estiveram majoritariamente concentrados nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, sendo que essas duas regiões apresentaram 43,8% e 33,3% dos casos, respectivamente. A região Sul apresentou 11,4% dos casos. Já as regiões Nordeste e Norte foram as que apresentaram o menor número de casos, sendo que os casos da região Nordeste representaram 8,5% e os da região Norte, 3,0%.




















Gráfico 2 — Casos por Região. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.


Durante os 11 anos abrangidos pela pesquisa de casos específicos, é possível notar um aumento sistemático no número de casos que culmina no ano de 2023, que corresponde a 40,0% dos casos levantados. O ano de 2022 também merece destaque, por ter apresentado 23,4% dos casos. No período entre 2017 e 2021 houve consideravelmente variação no número de casos, com 2019 apresentando um valor mais alto, representando 9,3% , enquanto o ano de 2020 apresentou 3,4% dos casos. Os anos anteriores a 2017 representam cerca de 1% dos casos, individualmente.



















Gráfico 3 - Casos por ano. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.



É importante destacar que, ainda que as notícias mapeadas estejam classificadas por temáticas principais, as violências encontradas neste material atravessam por múltiplos temas dentro do cenário dos ataques à educação como, por exemplo, a imbricação entre os casos de racismo de estudante brancos direcionado aos professores e estudantes negros e apologia ao nazismo, a perseguição de professores e estudantes e sua relação com questões de gênero e orientação sexual, a influência do agro na perseguição de professores e elaboração de livros didáticos.


Abaixo, destacamos alguns dos casos mais recentes, por tema.



AGRONEGÓCIO

  • Em agosto de 2020, durante a pandemia, o Conselho Municipal de ​Educação de Belo Horizonte manifestou solidariedade ao Assentamento ​Quilombo Campo Grande, vítima de tentativa de despejo que ocasionou a ​destruição da Escola Rural Eduardo Galeano.



  • Neste mesmo ano, em Cuiabá/MT, uma professora teve sua aula gravada ​e exposta por um pai de aluno bolsonarista devido às críticas feitas ao ​marco temporal e sua relação com o agronegócio. Neste episódio, o ​helicóptero do Centro de Integração de Operações Aéreas (Ciopaer), a ​pedido da direção da escola, sobrevoou o colégio, com uma bandeira do ​Brasil.


  • Em junho de 2021, a Associação de Olho no Material Escolar foi criada com ​o intuito de influenciar a produção de livros didáticos do ensino ​fundamental I e II e médio quanto ao alinhamento positivo acerca da ​temática do agro. Com este objetivo, lançaram uma “Agroteca” em seu ​site.



  • Em outubro de 2021, representantes do grupo Mães do Agro se reuniram ​com o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, para pedir mudanças ​em textos que “discriminam o agronegócio”. Ribeiro afirmou que a equipe ​avaliadora dos materiais didáticos do MEC teria integrantes que ​“entendam de agropecuária”.




  • Em março de 2022, reportagens e artigos da revista Le Monde ​Diplomatique Brasil mostravam ações do agronegócio que buscavam ​interferir na alimentação escolar pública e influenciar o currículo da ​educação básica e o conteúdo dos livros didáticos das escolas públicas e ​privadas. A pressão, que existiu há mais de uma década, foi recrudescida ​após a eleição de Jair Bolsonaro.

APARATOS DE SEGURANÇA PRIVADA


  • No mesmo período, pesquisadores do InternetLab apontaram que escolas ​no estado de Tocantins adotaram políticas de reconhecimento facial. ​Também foram achados projetos semelhantes nas capitais Fortaleza, ​Goiânia, Rio de Janeiro e Porto Alegre, e nos municípios de Mata de São ​João (BA), Jaboatão dos Guararapes (PE), Águas Lindas (GO), Morrinhos ​(GO), Betim (MG), Angra dos Reis (RJ), Itanhaém (SP), Potirendaba (SP), ​Santos (SP) e Xaxim (SC). Um dos argumentos ouvidos pelo estudo é o do ​emprego da tecnologia como instrumento de segurança da comunidade ​escolar.



  • Também em abril de 2023, um jovem, de 13 anos, foi apreendido pela ​Polícia Militar após ser flagrado com uma pistola nas dependências da ​escola Abel Capella, em Governador Celso Ramos, município da Grande ​Florianópolis. “Hoje temos videomonitoramento e reconhecimento facial ​em todas as escolas”, destacou o secretário municipal de Educação ​Adilson Costa.







CENSURA








DEMISSÃO










DOUTRINAÇÃO




  • Em Ilhabela (SP), no ano de 2020, é inaugurada uma escola bilíngue que ​rejeita a “doutrinação ideológica”. A escola faz parte da rede Acton ​Academy que surgiu no Texas para combater a “doutrinação ideológica” ​de crianças. Dentre suas crenças, os diretores declaram que não ​compactuam com uma cultura que celebra o vitimismo. A família é a fonte ​da educação das virtudes enquanto a escola é uma aliada.






EDUCAÇÃO DOMICILIAR

  • Em abril de 2021, o estado de São Paulo fechou o cerco para a adoção do ​homeschooling, uma das principais bandeiras da gestão Jair Bolsonaro. ​Texto aprovado pelo Conselho Estadual de Educação e homologado pela ​Secretaria de Educação indicava que, se a educação domiciliar for ​aprovada no País, crianças em homeschooling no estado devem ter aulas ​com profissionais, estar matriculadas na rede estadual e municipal e ​passar por avaliações periódicas na escola. A proposta se antecipa a uma ​lei federal sobre o tema. Essa lei estava em debate na Câmara dos ​Deputados – depois de aprovada, iria para o Senado.











ESCOLA SEM PARTIDO













GÊNERO












HOMOTRANSFOBIA




  • Em novembro de 2017, uma escola do Ceará provocou polêmica ao ​expulsar uma garota trans. A estudante estava matriculada na Escola ​Educar Sesc, em Fortaleza, mas foi desligada após a instituição alegar não ​poder “atender às necessidades” da menina. Em um post no Facebook, a ​mãe expôs sua indignação, acusando o colégio de transfobia por negar à ​menina acesso ao banheiro feminino e não reconhecer o nome social.






  • Em outubro de 2023, uma educadora foi perseguida por apoiar inclusão de ​aluna trans em escola pública de Florianópolis (SC). A orientadora ​educacional Juliana Andozio foi confrontada pela mãe de dois estudantes. ​A mulher estava indignada por uma aluna trans de 16 anos, do nono ano, ​utilizar o banheiro feminino. A Secretaria de Estado da Educação de Santa ​Catarina instaurou um processo administrativo disciplinar contra ela, ​acusando-a de falta de ética e doutrinação política e de ter chamado um ​aluno de homofóbico e machista.

LIVROS DIDÁTICOS













MILITARIZAÇÃO







  • Em setembro de 2019, SINPRO-DF comenta sobre o Centro Educacional ​Gisno em Brasília. Neste caso, a comunidade escolar rejeitou a ​militarização e levou a questão à justiça, forçando o governo ao recuo. ​Este caso demonstra a importância da criação e fortalecimento de ​instâncias democráticas dentro da instituição escolar de forma a barrar o ​avanço da militarização.























MIRIM








NEONAZISTAS E NEOFASCISMOS


















  • Em abril de 2023, na Universidade de Brasília (UnB), estudante é preso ​após ameaçar massacre por meio de mensagens em banheiro e parada de ​ônibus da instituição. A ameaça continha o desenho de uma suástica.




PERSEGUIÇÃO



  • Em setembro de 2017, o professor Daniel Macedo, da Escola Estadual ​Lucilo José Ribeiro, na cidade de São José da Tapera, em Alagoas, tornou-​se alvo de perseguição após realizar um projeto sobre sexualidade e ​gênero. Na Assembleia Legislativa do Estado, deputados defensores do ​Escola Sem Partido cobraram uma “punição severa” ao professor, com o ​apoio de outros parlamentares. O docente sofreu ataques pessoais e ​difamação nas redes sociais principalmente por páginas pró-Escola Sem ​Partido.










RACISMO










RELIGIÃO









VIOLÊNCIA CONTRA AS ESCOLAS

  • Em dezembro de 2015, a Polícia Militar de São Paulo atuou sem identificação com spray de pimenta dentro de uma escola ocupada Escola Estadual Maria José. E jogou bombas de gás lacrimogêneo nas escolas Estaduais Caetano de Campos e Fernão Dias Paes que eram local de manifestação pacífica.
















2. PROPOSIÇÕES ​LEGISLATIVAS FEDERAIS

No total, o mapeamento legislativo identificou 618 propostas legislativas na Câmara dos Deputados e 56 no Senado Federal, totalizando 674.

2.1. Câmara dos Deputados

A pesquisa na Câmara dos Deputados foi realizada por meio da busca avançada do Portal da Câmara dos Deputados. Quanto ao tipo de proposições legislativas pesquisadas, buscamos por:

  • PLC - Projeto de Lei da Câmara dos Deputados (SF);
  • PEC - Proposta de Emenda à Constituição;
  • PLP - Projeto de Lei Complementar;
  • PL - Projeto de Lei; MPV - Medida Provisória;
  • PLV - Projeto de Lei de Conversão;
  • PDL/PDC - Projeto de Decreto Legislativo;
  • PRC - Projeto de Resolução; REQ - Requerimento;
  • RIC - Requerimento de Informação;
  • RCP - Requerimento de Instituição de CPI;
  • MSC - Mensagem; INC - Indicação;
  • PLC - Projeto de Lei da Câmara dos Deputados (SF);
  • RCP- Requerimento de Instituição de CPI.


Tabela 2 — Palavras-chave utilizadas na pesquisa sobre as proposições ​legislativas da Câmara dos Deputados Federais, por número de resultados. ​Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Gráfico 4 — Proposições Legislativas por Palavras-Chave, por percentual de ​resultados - Câmara dos Deputados Federais. Fonte: Campanha Nacional pelo ​Direito à Educação, 2023.

No total, na Câmara dos Deputados Federais foram coletadas 618 proposições legislativas, dentre as quais 204 projetos de lei (PL); 32 indicações (INC); 8 PDC ( Projeto de Decreto Legislativo de Sustação de Atos Normativos do Poder Executivo); 22 PDL- Projeto de Decreto Legislativo; 204 Requerimentos; 66 Requerimentos de Informação (RIC); 1 Medida Provisória (MPV); 4 Projeto de Lei Complementar (PLP); 3 Proposta de Emenda à Constituição (PEC); 2 Projeto de Resolução (PRC); 1 Recurso Ordinário Constitucional (ROC).

Tabela 3 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque ​— Câmara dos Deputados Federais. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à ​Educação, 2023.

Gráfico 5 — Proposições Legislativas por Tipo - Câmara dos Deputados ​Federais. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.


O bloco Escola Sem Partido no qual incluímos as palavras-chave escola ​sem partido (9,9%); doutrinação (7,9%); censura (5,5%); perseguição ​(6,7%); afastamento (0,4%); demissão (1,6%) representam 32% das ​proposições legislativas mapeadas na Câmara dos Deputados Federais, ​de acordo com o gráfico 2.


A maioria das proposições legislativas mapeadas na Câmara dos ​Deputados refere-se a Requerimentos (REQ), 43,9% e Projetos de Lei (PL), ​33% das matérias, respectivamente, de acordo com o gráfico. Isso ​denota uma ação mais substantiva nesse tema por parte dos ​parlamentares, já que PLs representam mudanças normativas e REQs ​ações legislativas no decorrer das tramitações. Poucos são atos do ​executivo ou atos de buscas por informações. Ainda, a presença forte de ​PLPs pode indicar a estratégia de justificativa de vínculo constitucional e ​aquela de PDLs e PDCs sugerem ativismo legislativo e ações unilaterais, ​em tentativas de não diálogo com demais poderes.


Em relação aos principais projetos deste bloco, destaque para o REQ ​2196/2023 de 05-07-2023 pelo registro da Frente Parlamentar em Defesa ​da Educação sem Doutrinação Ideológica (FPDE) mobilizada por dezenas ​de parlamentares.


Quanto aos objetivos desta Frente, o primeiro diz respeito à articulação ​de famílias, escolas conservadoras e representantes da sociedade civil ​acerca da vigilância e fiscalização em relação à chamada “doutrinação ​ideológica” no ambiente escolar, tema de diversos PLs mapeados em ​nossa pesquisa. É importante destacar a primazia da família (nuclear ​patriarcal) à escola a partir desta articulação que visa “a soberania nos ​[sic] pais na educação de seus filhos e os aproximar dos ambientes de ​ensino a fim de que eles tenham pleno conhecimento do conteúdo ​ministrado nas salas de aula e que disponham de autoridade para ​questionar, aprovar ou reprovar a grade curricular e os métodos de ​ensino”, bem como “os efeitos negativos da lavagem cerebral esquerdo-​marxista na mente de crianças e jovens do Brasil”.

2.1. Senado Federal

No Senado Federal, a pesquisa foi realizada por meio de busca na coleção de “Projetos e Matérias - Proposições” disponibilizada em seu Portal.

As palavras-chave buscadas no Senado Federal foram as mesmas do Quadro 1, com algumas especificidades. Em “censura”, filtrou-se em censura+professor e censura+educação; em “afastamento” buscou-se afastamento+professor. Já em “demissão”, demissão+professor.


Tabela 4 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque ​— Senado Federal. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Gráfico 6 — Proposições Legislativas por Palavras-chave - Senado Federal. ​Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.




No total, no Senado Federal foram coletadas 56 proposições legislativas, dentre as quais, 2 Medidas Provisórias (MPV); 13 Projetos de Lei (PL) ; 4 Projetos de Lei do Senado (PLS); 15 Requerimentos da Comissão de Educação (RCE); 6 Requerimentos (RQS); 1 Projeto de Resolução do Senado (PRS); 1 Requerimento de Comissão DH (RDH); 3 Sugestões (SUG); 11 Requerimentos (REQ). Quanto ao tipo das matérias legislativas, requerimentos (RQS) figuram 10, 7% das proposições, requerimentos da Comissão de Educação (RCE), 26,8%. Já projetos de lei, 23,2% , de acordo com o gráfico 5. Importante verificar que PLPs são predominantes aqui, denotando estratégia de vincular as prerrogativas constitucionais às proposições elaboradas.


A maioria das proposições legislativas refere-se à palavra-chave Educação Domiciliar (24,6%) e Escola sem Partido (18,5%), conforme gráfico 6, diferindo do resultado da Câmara dos Deputados.


Destaque para o Projeto de Lei do Senado (PLS 490-2017) de autoria de Fernando Bezerra Coelho que altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, para prever a modalidade da educação domiciliar no âmbito da educação básica.


Tabela 5 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Câmara dos Deputados Federais.

Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Gráfico 7 — Proposições Legislativas por Tipo - Senado Federal.

Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

3. PROPOSIÇÕES LEGISLATIVAS ​SUBNACIONAIS

De acordo com mapeamento nas Assembleias Legislativas dos estados e na Câmara do DF, foi possível verificar que a Região Sudeste concentra 49,1% das proposições subnacionais mapeadas; seguida da Região Centro-Oeste, com 22,2%; da Região Norte, com 11,9%; Região Nordeste, com 10,9%; e da Região Sul, com 5,8%. Não foi realizada baliza com a concentração populacional e de deputados, ou seja, não foi ainda possível, nesta primeira versão do estudo, compreender proporcionalmente qual região é mais ativa em termos de proposições legislativas.


Sobre as temáticas que se concentram mais em cada região, temos a do bloco de militarização de escolas nas regiões Centro-Oeste e Norte; do bloco de gênero nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; do bloco do Escola Sem Partido na região Nordeste e Sul; e do bloco de educação domiciliar na região Sul.




3.1 Região Centro-Oeste



Na Região Centro-Oeste, localizamos 293 proposições legislativas, correspondendo a 22,2% das proposições localizadas neste mapeamento. Em relação às palavras-chave mais relevantes, os projetos ligados à militarização de escolas ou projetos educacionais do tipo militarizantes oferecidos em contraturno e destinados a crianças e adolescentes de áreas periféricas figuram entre as principais proposições, 13,7% e 42,8%, respectivamente. A palavra-chave gênero configura 14% das proposições mapeadas. A seguir, seguem as notas metodológicas referentes aos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Gráfico 8 — Proposições Legislativas por Palavras-chave - Região Centro-​Oeste. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

GOIÁS

Na pesquisa realizada na Assembleia Legislativa do estado de Goiás (ALEGO), buscou-se as seguintes matérias legislativas: Decreto; Licença; Ofício; Projeto (de lei complementar; de lei ordinária; de resolução); Requerimento; Veto (integral e parcial) e no “Opine Cidadão. No total foram identificadas 19 proposições, relacionadas com as palavras-chave linkadas abaixo. No total foram identificadas 19 proposições legislativas.


O PL 633/2023 propõe a instituição da política estadual "Escola Amiga do Agro", que tem por objetivo “promover a interação entre alunos da rede pública estadual de ensino e a realidade do agronegócio”. O que claramente sugere uma intervenção no currículo escolar e na maneira como o agro é retratado pelos materiais didáticos e professores.

O PL 553/2017 tem como ementa “torna obrigatória a instalação de câmeras de monitoramento em asilos, casas de repouso ou clínicas de repouso que abriguem idosos, e em creches públicas ou privadas, no âmbito do estado de Goiás”. Deste modo, creches públicas ou privadas devem ser equipadas com câmeras de segurança, implantando sistemas de segurança privada nestes espaços. O projeto não informa sobre o uso desses dados ou sobre como será a contratação deste serviço.


Os projetos sobre gênero tratam sobre a possibilidade de os responsáveis dos alunos vetarem a participação em atividades sobre gênero; proibição da ideologia de gênero nas escolas; veta o uso de linguagem neutra; e banheiros multigênero.


Tabela 6 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — ALEGO/Goiás.

Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

MATO GROSSO

No estado do Mato Grosso, realizamos as buscas pelo site da Assembleia Legislativa do Mato Grosso. No total foram identificadas 111 proposições legislativas. Das quais a maioria se refere à instituição de guardas e bombeiros mirins, seguida por propostas sobre gênero e militarização das escolas.


Os projetos sobre gênero mantêm a mesma tônica dos demais estados, versando sobre banheiros multigênero, contrários à ideologia de gênero e permitindo aos pais vetarem a participação dos filhos em atividades sobre o tema.


Tabela 7 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Mato Grosso (ALMT). ​Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.


Quanto às palavras-chave, conforme tabela abaixo, buscamos e ​encontramos resultados em escola sem partido (4); doutrinação (1); ​afastamento (1); militarização (3); mirim (74); escolas cívico militares (1); ​racismo (1); gênero (17); identidade de gênero (1); ideologia de gênero ​(5); educação domiciliar (1); homeschooling (1); livros didáticos (1). Não ​foram encontrados resultados em censura; perseguição; demissão; ​aparatos de segurança privada; raça; educação doméstica; material ​didático; laicidade; religião.


Destaque para a atuação do parlamentar Gilberto Cattani com 9 ​proposições colocadas em pauta, Wancley Carvalho com 54 proposições.


Tabela 8 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Mato Grosso. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à ​Educação, 2023.

MATO GROSSO DO SUL


No Mato Grosso do Sul, a pesquisa ocorreu no site da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul. Ao total, 91 proposições foram encontradas, sendo 32 indicações, 15 moções, 1 PDL, 36 projetos de lei, 6 requerimentos e 1 veto, das quais 2 são de oposição e 89 tem caráter conservador.

Tabela 9 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul ​(ALMS). Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Destaque para Coronel Ivan com 7 proposições, Coronel David com 5 e Maurício Picarelli com 8 proposições e o bloco conservador quanto à temática ESP formado por Mara Caseiro, Coronel David, Maurício Picarelli e Paulo Correa.


As palavras-chave abaixo identificam as proposições legislativas identificadas.


Tabela 10 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul / ​ALMS. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.



DISTRITO FEDERAL

No Distrito Federal, a busca ocorreu na plataforma da Câmara Legislativa do Distrito Federal em duas plataformas distintas: projetos e outras proposições até 2020 e o novo sistema PL e de projetos e proposições a partir de 2021, a partir dos quai foram localizadas 72 proposições, conforme a tabela 11 abaixo.

Tabela 11 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Câmara Legislativa do Distrito Federal. Fonte: ​Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.


Destaque para a criação da Frente Parlamentar de Defesa das Liberdades Individuais e do Conservadorismo solicitada neste ano de 2023 e formada por Thiago Manzoni; Pastor Daniel de Castro; Eduardo Pedrosa; Joaquim Roriz Neto; João Cardoso Professor Auditor; Iolando; Paula Belmonte; Pepa, assim como a articulação acerca do registro da Frente Parlamentar Contra a Sexualização Precoce de Crianças e Adolescentes formada por Pastor Daniel de Castro; Wellington Luiz; Thiago Manzoni; Pepa; João Cardoso; Eduardo Pedrosa; Martins Machado e Paula Belmonte.


As proposições relacionadas com a criação de guardas e bombeiros mirins lideram, seguida por educação domiciliar e militarização.


A proposição, que está relacionada com o agronegócio, trata da MO 476/2023, que “Manifesta Moção de Repúdio à abordagem com viés ideológico em questão do ENEM de 2023 que trata do agronegócio no Cerrado”.


As palavras-chave buscadas estão na seguinte tabela.


Tabela 12 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) . ​Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Não foram encontrados resultados relacionados às proposições conservadoras em censura, perseguição, doutrinação, aparatos de segurança privada, raça, educação doméstica.

3.1 Região Norte


Na região Norte foram 157 proposições legislativas encontradas, correspondendo a 11,9% das proposições localizadas neste mapeamento conforme o gráfico 9. Em relação às palavras-chave mais relevantes, os projetos ligados à militarização marcam 63,7% das proposições mapeadas, com destaque para o estado de Rondônia. A seguir, segue a análise referente aos estados de Amazonas, Amapá, Acre, Tocantins, Acre, Tocantins, Pará, Roraima, e Rondônia.

Gráfico 9 — Proposições Legislativas por Palavras-chave - Região Norte.

Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

AMAZONAS

No estado do Amazonas, realizamos as buscas por meio do Sistema de Apoio ao Processo Legislativo da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas. Quanto ao tipo de matéria legislativa pesquisada, incluímos ofício, projeto de decreto legislativo, projeto de lei complementar, projeto de lei ordinária, projeto de resolução legislativa, proposta de emenda à constituição do estado, requerimento, veto a projeto de lei, denúncia, representação.


Foram localizadas 26 proposições, todas de caráter conservador, dentre as quais 16 projetos de lei, 1 projeto de resolução, 8 requerimentos e 1 veto.



Tabela 13 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa do Amazonas. Fonte: Campanha ​Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Destaque para as atuações dos parlamentares João Luiz e Débora Menezes nessa seara conservadora no Amazonas.


Quanto às palavras-chave, conforme tabela do mapeamento da Região Norte, buscamos e encontramos resultados em escola sem partido (3); afastamento (1); mirim (1); escolas cívico militares (4); racismo (1); gênero (3); ideologia de gênero (4); homeschooling(2); livros didáticos (2); material didático (4).


MATO GROSSO

No estado do Mato Grosso, realizamos as buscas pelo site da Assembleia Legislativa do Mato Grosso. No total foram identificadas 111 proposições legislativas. Das quais a maioria se refere à instituição de guardas e bombeiros mirins, seguida por propostas sobre gênero e militarização das escolas.


Os projetos sobre gênero mantêm a mesma tônica dos demais estados, versando sobre banheiros multigênero, contrários à ideologia de gênero e permitindo aos pais vetarem a participação dos filhos em atividades sobre o tema.


Quanto às palavras-chave, conforme tabela abaixo, buscamos e ​encontramos resultados em escola sem partido (4); doutrinação (1); ​afastamento (1); militarização (3); mirim (74); escolas cívico militares (1); ​racismo (1); gênero (17); identidade de gênero (1); ideologia de gênero ​(5); educação domiciliar (1); homeschooling (1); livros didáticos (1). Não ​foram encontrados resultados em censura; perseguição; demissão; ​aparatos de segurança privada; raça; educação doméstica; material ​didático; laicidade; religião.


Destaque para a atuação do parlamentar Gilberto Cattani com 9 ​proposições colocadas em pauta, Wancley Carvalho com 54 proposições.


Tabela 14 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Amazonas . Fonte: ​Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

AMAPÁ


No Mato Grosso do Sul, a pesquisa ocorreu no site da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul. Ao total, 91 proposições foram encontradas, sendo 32 indicações, 15 moções, 1 PDL, 36 projetos de lei, 6 requerimentos e 1 veto, das quais 2 são de oposição e 89 tem caráter conservador.

Tabela 15 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Amapá. Fonte: Campanha ​Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Não foram encontrados resultados para Escola sem Partido, doutrinação, censura, perseguição, demissão, militarização, aparatos de segurança privada, escolas cívico-militares, homeschooling, educação domiciliar, educação doméstica, afastamento, racismo, livros didáticos, laicidade e religião, conforme tabela 16.



Tabela 16 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Amapá . Fonte: ​Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.


ACRE

A pesquisa no estado do Acre ocorreu no Serviço de Apoio ao Processo Legislativo da Assembleia Legislativa do Acre . Quanto ao tipo de matéria legislativa pesquisada, incluímos em nossas buscas, o tipo indicação; mensagem; moção; parecer; projeto de decreto legislativo; projeto de lei; projeto de lei complementar; projeto de resolução; proposta de emenda constitucional; recurso; relatório; requerimento; substitutivo; veto.


Foram encontrados 3 resultados na busca por “mirim” (2 PLs e 1 indicação), em referência aos projetos de bombeiros e militares mirins.


Tabela 17 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Acre. Fonte: Campanha ​Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Tabela 18 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Acre. Fonte: Campanha ​Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

TOCANTINS

Quanto ao estado do Tocantins, foram utilizados dois buscadores distintos. O primeiro que refere às proposições legislativas até 2016 e o segundo chamado sistema LEGIS de 2016 em diante.


Neste estado, em gênero, achamos 1 proposta conservadora (Projeto de Lei) pelo então presidente da Assembleia Legislativa.

Para material didático com 2 proposições (Requerimento e Projeto de Lei) que tratam sobre a proibição de linguagem que contrarie a norma gramatical culta - que também está relacionado com proibição de linguagem neutra - e outra que convida a associação de pais e mestres a monitorar o material didático distribuído nas escolas do estado. Total de 3 proposições conservadoras localizadas.


Uma proposta legislativa, o PL 449/2023 foi sobre a instituição da Política Estadual “Escola Amiga do Agro”.





















Tabela 19 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Tocantins.

Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Tabela 20 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa do Tocantins. Fonte: Campanha ​Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

PARÁ


Em relação ao estado do Pará, realizamos a pesquisa por meio do site da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA). Encontramos 11 proposições ao total, dentre as quais 6 são de teor conservador e 5 de oposição aos temas conservadores. Foram encontrados resultados em escola sem partido, mirim, escolas cívico militares, racismo, gênero. Foram pesquisados Projeto de Decreto Legislativo, Projeto de Emenda Constitucional, Projeto de Lei, Projeto de Lei Complementar, Projeto de Resolução, Processo, Projeto de Indicação, Indicação, Moção, Requerimento no site anteriormente mencionado.


A três proposições que abordam racismo, denunciam racismo em instituições de ensino públicas, 1 universidade e 1 escola.


Tabela 21 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa do Pará. Fonte: Campanha Nacional ​pelo Direito à Educação, 2023.

Tabela 22 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa do Pará (ALEPA). Fonte: Campanha ​Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

RORAIMA


Já no estado de Roraima, os resultados aqui apresentados referem-se à pesquisa realizada no Sistema de Apoio Legislativo da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima. Localizamos 9 proposições, todas de iniciativa conservadora, conforme a tabela 23 e 24.


Em relação às palavras-chave que identificam as proposições, a tabela abaixo apresenta que: militarização, com 4 proposições; educação domiciliar, 2 proposições; ideologia de gênero, 1 proposição; mirim, 1 proposição; racismo, 1 proposição.


Tabela 23 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR). Fonte: Campanha ​Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Em relação aos tipos de matérias legislativas foram encontradas, 4 indicações, 1 mensagem governamental (do tipo veto); 3 projetos de lei

e 1 substitutivo.

Tabela 24 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa de Roraima. Fonte: Campanha ​Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

RONDÔNIA

No estado de Rondônia, pesquisamos no Serviço de Apoio ao Processo Legislativo vinculado a Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia. Quanto aos tipos pesquisados de proposições legislativas, buscamos Indicação, Projeto de Decreto Legislativo, Projeto de Lei Complementar, Projeto de Lei Ordinária, Projeto de Resolução, Proposta de Emenda Constitucional, Redação Final, Requerimento, Substitutivo a Projeto de Lei, Veto Parcial, Veto Total. No total foram identificadas 102 proposições legislativas.



Tabela 25 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa de Rondônia. Fonte: Campanha ​Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Coletamos 102 proposições legislativas, de acordo com os tipos abaixo.

Tabela 26 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa do Rondônia. Fonte: Campanha ​Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Destaque para a atuação do deputado Jesuino Boabaid com 56 proposições conservadoras levadas à pauta legislativa.


Não foram encontrados resultados em doutrinação; censura; perseguição; afastamento; demissão; aparatos de segurança privada; raça; identidade de gênero; educação doméstica; livros didáticos; laicidade; religião. Em gênero, o resultado aparece em duplicidade já em ideologia de gênero. Em homeschooling, já está relacionado à educação domiciliar.

3.3 Região Nordeste


Na região Nordeste foram encontradas 144 proposições legislativas, correspondendo a 10,9% das proposições localizadas neste mapeamento. Em relação às palavras-chave, os projetos ligados à militarização das escolas e a gênero aparecem com destaque. A seguir, seguem as análises referentes aos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Gráfico 10 — Proposições Legislativas por Palavras-chave - Região ​Nordeste. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

ALAGOAS

Na pesquisa realizada no site da Assembleia Legislativa de Alagoas, buscamos as matérias legislativas e normas jurídicas na aba “pesquisa textual” em detrimento dos documentos acessórios e sessões plenárias. No total foram identificadas 8 proposições legislativas.


Na aba “pesquisa básica” do site mencionado, buscou-se os seguintes tipos de matérias legislativas: emenda parlamentar, indicação, mensagem governamental, moção, ofício, parecer, projeto de decreto legislativo, projeto de lei complementar, projeto de lei ordinária, projeto de resolução, proposta de emenda à constituição, recursos, requerimento, substitutivo, veto parcial, veto total, emendas modificativas aditivas, emendas aditivas, emendas substitutivas, emendas modificativas aditivas, emenda modificativa, emenda supressiva.


A proposições encontradas tratam dos temas elencados na tabela abaixo.




Tabela 27 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa de Alagoas. Fonte: Campanha Nacional ​pelo Direito à Educação, 2023.

Na pesquisa básica, foram encontradas as seguintes proposições legislativas:

Tabela 28 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa de Alagoas. Fonte: Campanha Nacional ​pelo Direito à Educação, 2023.

BAHIA

Na pesquisa realizada na Assembleia Legislativa da Bahia, utilizamos dois buscadores distintos. O primeiro buscador abrange as proposições criadas até 19-01-2021 e o segundo as proposições criadas após esta data.


Foram buscadas as seguintes proposições legislativas: Indicação (IND); Moção (MOC); Projeto de Lei (PL); EME; MSG; Ofício (OF).; PRS; PDL; PLC; REC; REP; PEC; RES.


O sistema não reconhece o uso de aspas ou asteriscos, o que aumenta resultados não-relacionados, como exemplo em raça, no qual aparece praça, integração, comemoração, federação, entre outros. Além de raça, buscou-se a palavra-chave racial e racismo reverso, porém sem resultados.


A palavra-chave “ensino militar” se refere ao ensino militar em instituições militares e não em escolas militarizadas e a proposta em questão, a Indicação 22.392/2017, se refere à não utilização da ideologia de gênero nestes espaços educacionais

Conforme tabela abaixo, foram identificados projetos relacionados com as seguintes palavras-chave:


Tabela 29 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Assembleia Legislativa da Bahia. Fonte: Campanha ​Nacional pelo Direito à Educação, 2023.


Quanto ao tipo, das 17 proposições mapeadas, encontramos 1 ​indicação (IND), 4 moções (MOC) e 12 PLs, com destaque para ​atuação parlamentar do Pastor Sargento Isidório, atualmente ​deputado federal.


Tabela 30 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa da Bahia. Fonte: Campanha Nacional ​pelo Direito à Educação, 2023.

CEARÁ


No Ceará, as buscas aconteceram em diferentes páginas a partir do sítio principal da Assembleia Legislativa do Ceará, a saber: 26a legislatura (2003-2006)(0); 27a legislatura (2007-2010)(0); 28a legislatura (2011-2014)(3); 29a legislatura (2015-2018) (1); 30a legislatura (2019-2022)(0) e 31a legislatura (2023-2026). Houve busca nos seguintes sub-buscadores: 1) Projeto de Lei; 2) Projeto de Indicação; 3) Projeto de Decreto Legislativo; 4) Projeto de Lei Complementar; 5) Projeto de Emenda Constitucional; 6) Projeto de Resolução; 7) Mensagens. A pesquisa buscou as duas opções disponibilizadas em cada sub-buscador, tanto em relação às proposições “deliberadas”, quanto às proposições “tramitando”, conforme a disponibilidade das duas opções.


As 4 proposições identificadas tratam de projetos de lei que solicitam a implementação do Programa Escola Sem Partido e de instituição de guarda mirim e bombeiro mirim no estado.


Tabela 31 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa do Ceará. Fonte: Campanha Nacional ​pelo Direito à Educação, 2023.

Encontramos 4 proposições conservadoras, 3 indicações (Projeto de Indicação) e 1 Projeto de Lei.

Tabela 32 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Ceará. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

MARANHÃO

Nesta busca, utilizamos o seguinte mecanismo para pesquisa: Sistema de Apoio ao Sistema Legislativo da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (SAPL-ALEMA). Foram buscadas as seguintes proposições legislativas: EMD (emenda); IND (indicação); LO (lei ordinária) MPV (medida provisória); MSG (mensagem); MOC (moção); PAR (parecer); PDL (projeto de decreto legislativo); PLC (projeto de lei complementar); PLCON (projeto de lei de conversão); PLO (projeto de lei ordinário); PRE (projeto de resolução legislativa); PEC (proposta de emenda constitucional); REC (recurso); RELCP (relatório de CPI); REQ (requerimento); REQDT (requerimento de destaque); SBT; VETP (veto parcial); VETT (veto total).


As palavras-chaves catalogam as proposições de acordo com a tabela abaixo, destaque para a quantidade de proposições relacionadas com militarização e mirim, referentes à solicitação de implementação de escolas cívico-militares e de guardas, bombeiro e outras modalidades mirins.


Em relação ao racismo ambiental, o PLO 470/2022, propõe a instituição da política estadual de atenção às emergências climáticas e o combate ao racismo ambiental no estado do Maranhão. A outras duas proposições tratam de denúncias de casos de racismo que aconteceram em escolas do estado.


As palavras-chave “afastamento”, “demissão”, “perseguição” identificam proposições legislativas que denunciam demissões e afastamentos por questões consideradas injustas. Porém, o PLO 496/2021 reproduz um modelo frequente que trata da possibilidade de afastamento das atividades em escolas públicas estaduais de profissionais que figurem como polo passivo de processo por pedofília, que inclui o seguinte trecho:

Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais.


Tabela 33 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Maranhão. Fonte: ​Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Ao total, 41 proposições foram encontradas, dentre as quais, 29 matérias legislativas de caráter conservador, 11 em oposição e 1 não identificada. Quanto aos tipos de matérias, encontramos 24 indicações (IND); 1 parecer (PAR); 6 projetos de lei ordinário(PLO); 8 requerimentos (REQ); 2 vetos totais (VETT).

Tabela 34 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob ​Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Ceará. Fonte: Campanha ​Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

PARAÍBA

No estado da Paraíba, pesquisamos no SAPL (sistema de apoio ao processo legislativo) vinculado à Assembleia Legislativa da Paraíba. Quanto aos tipos de matérias legislativas buscamos, emendas (EMADT; EMMOD; EMES; EMPL; EMSUB; EMSUP; IND; MP; MSG; MOC; PDL; PLC; PINF; PLO;PRE; PEC; REC; REQ; RP; VET).


A tabela abaixo apresenta as principais palavras-chave que catalogam as proposições legislativas. Os projetos relacionados com militarização e implementação do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECIM) são maioria.


A palavra-chave “raça” identifica proposições que afirmam a garantia de direitos, como o PLO 2042/2020, que institui o Programa Permanente de Enfrentamento ao Racismo nas escolas públicas e privadas no estado da Paraíba e dá outras providências.


Os termos relacionados com BNCC, doutrinação, linguagem neutra, livros didáticos, demonstram o interesse das proposições legislativas de alterarem a política curricular e de materiais didáticos, restringindo a autonomia dos professores e determinando os conteúdos que devem ou não serem abordados em sala de aula.


O termo religião trata das proposições que sugerem a obrigatoriedade da leitura Bíblia e da aquisição pelas bibliotecas escolares; e a implantação dessa disciplina na grade curricular.





















Tabela 35 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa da Paraíba. Fonte: Campanha Nacional ​pelo Direito à Educação, 2023.

Ao total, 43 proposições, de acordo com a tabela abaixo.

Tabela 36 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Assembleia Legislativa do Ceará. Fonte: Campanha Nacional ​pelo Direito à Educação, 2023.

PERNAMBUCO

No estado de Pernambuco, pesquisamos inicialmente no site da Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE). No entanto, o sistema de busca por palavras-chave não está funcionando de forma satisfatória. Por esta razão quanto a este estado, optamos por realizar pelo mecanismo de busca Google.




Tabela 37 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque ​na Educação — Projetos de Lei na Assembleia Legislativa de Pernambuco — ​Google. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Desta forma, buscamos projetos de lei + “palavra-chave do mapeamento” + ALEPE, no geral, como em palavras-chave escola sem partido (2), doutrinação (0), escolas cívico militares(1), gênero (3); identidade de gênero (1), ideologia de gênero (2), educação domiciliar (2); educação doméstica, livros didáticos, material didático, mirim (0) . Com exceção da busca por censura(2), perseguição (0), afastamento (0), demissão(2) que incluímos + professor, deste modo, projetos de lei + “palavra-chave do mapeamento” + professor + ALEPE devido a abrangência do tema.


Em militarização, ao invés de +professor, incluímos +escolas. Em aparatos de segurança privada(4), raça e racismo(0), laicidade (0) e religião (0), idem.


Encontramos 18 Projetos de Lei, sendo 2 projetos substitutivos. 16 proposições conservadoras e 2 em oposição. Quanto à iniciativa parlamentar conservadora na Assembleia Legislativa de Pernambuco, destaque para atuação do Pastor Cleiton Collins o qual pautou 7 proposições e Clarissa Tércio, atualmente deputada federal, que pautou 4 proposições durante seu mandato na ALEPE.

PIAUÍ

Os dados encontrados sobre o estado do Piauí neste mapeamento derivam da pesquisa realizada no SAPL vinculado a Assembleia Legislativa do Piauí. O sistema (SAPL) não reconhece o uso de aspas ou asteriscos. Quanto aos tipos de matérias legislativas buscadas, incluímos Emenda; Indicativo de Projeto de Lei; Medida Provisória; Mensagem; Mensagem Veto; Moção; Parecer; Projeto de Decreto Legislativo; Projeto de Lei Complementar; Projeto de Lei Complementar do Governo; Projeto de Lei Ordinária; Projeto de Lei Ordinária do Governo; Projeto de Resolução; Proposta de Emenda Constitucional do Governo; Proposta de Emenda à Constituição; Recurso; Requerimento; Veto Parcial e Ofício.


O PLO 4/2019 trata sobre o “afastamento das atividades em sala de aula de professores que figurem no polo passivo de processos de pedofilia”, indicando brechas oara a possibilidades de criminalização relacionadas à educação sexual, conteúdos sobre o corpo humano, dentre outros, combinando com a possibilidade de afastamento desse professor.


Através da busca por palavras-chave, foram identificadas 4 proposições legislativas que correspondem à classificação por palavra-chave abaixo


Tabela 38 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI). Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Tabela 39 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Piauí. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

RIO GRANDE DO NORTE

O site da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte não realiza buscas por palavras-chave. A busca através do Google também identificou projetos de lei sobre o tema. Foram encontradas notícias que abordam a discussão na Assembleia Legislativa sobre os temas Escola Sem Partido, linguagem neutra e gênero, que serão abordados no levantamento sobre notícias.


SERGIPE

No estado de Sergipe, as buscas ocorreram no site da Assembleia ​Legislativa de Sergipe (ALESE). No sub-buscador, Projetos de Lei ​Ordinária, a partir deste recorte temporal, pesquisamos as 5.640 PLOs ​disponibilizadas a partir das palavras-chave originais já mencionadas ​anteriormente. É importante mencionar que o sistema da ALESE não ​restringe buscas por aspas ou semelhantes. No total foram ​identificadas 11 propostas legislativas. Dentre os projetos ​identificados, a maioria se trata de propostas relacionadas com ​“mirim” e “gênero”. Dentre as propostas identificadas pela palavra-​chave “gênero” estão a restrição do uso de linguagem neutra, ​sugestão de veto em campanhas públicas direcionadas para educação ​de crianças e adolescentes que tratem do tema e a proibição de ​ideologia de gênero. Apenas uma das propostas legislativas ​identificadas abordam o tema no sentido de garantir direitos para ​crianças e adolescentes, é o PL 17/2022 que propõe a Campanha de ​Equidade de Gênero e Combate ao Machismo nas Unidades Públicas ​e Privadas de Ensino do Estado de Sergipe.


Tabela 41 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa de Sergipe (ALESE) — Google. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

3.4 Região Sudeste


Na região Sudeste encontramos 648 proposições legislativas, ​conforme a tabela do Mapeamento Educação Sob Ataque da ​Região Sudeste correspondendo a 49,1% das proposições. Em ​relação às palavras-chave mais relevantes, as propostas ​relacionadas a gênero respondem a 61%, com destaque para a ​atuação da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente (ver ​Espírito Santo).


A seguir, seguem as análises referentes aos estados do Espírito ​Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.


ESPÍRITO SANTO

No estado do Espírito Santo realizamos esta pesquisa no site da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES Digital). Quanto ao tipo de matéria legislativa, buscamos Emendas; Indicação; Mensagem; Ofício; Parecer; Projeto de Decreto Legislativo; Projeto de Lei; Projeto de Lei Complementar; Projeto de Resolução; Proposta de Emenda à Constituição Federal; Requerimento; Subemenda e Veto.


Ao total, coletamos 415 proposições legislativas, dentre as quais 390 indicações, 1 mensagem; 1 ofício; 16 projetos de lei; 7 requerimentos.


Tabela 42 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Tabela 43 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES). Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Em gênero, foram encontradas 384 indicações que dispõem sobre a adoção de medidas necessárias para a vedação da ideologia de gênero nas instituições de ensino público e privada endereçados a secretarias municipais de Saúde e Assistência Social do ES pela Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente (representada pelos parlamentares Danilo Bahiense, Capitão Assumção, Torino Marques, Luciano Machado, Carlos Von), 1 mensagem e 1 REQ. Em relação a palavra-chave ideologia de gênero pela duplicidade nos resultados de busca com o termo anterior gênero, suprimimos o resultado.


Há inclusive o requerimento Requerimento n° 29/2023 que trata da criação da “Frente Parlamentar pela Educação Sem Doutrinação”, com o objetivo de debater, discutir, propor projetos e incentivar ações para reduzir a instrumentalização do ensino para fins ideológicos, políticos e partidários. E o Projeto de Lei n° 114/2017 propõe instituir o Dia Estadual de Luta Contra a Doutrinação política e ideológica nas escolas.


Destaque para a Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente representada pelos parlamentares Danilo Bahiense, Capitão Assumção, Torino Marques, Luciano Machado, Carlos Von responsáveis pelo encaminhamento das 384 indicações acerca das “medidas necessárias para a vedação da ideologia de gênero nas instituições de ensino público

e privada”.


MINAS GERAIS


No estado de Minas Gerais realizamos a busca pelo site da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG) A maioria das proposições tratam sobre o tema da mineração e são requerimentos para que a Assembleia verifique denúncias de que devido aos impactos ambientais da mineração, como o rompimento de barragem ou à ameaça de rompimento, estudantes de diferentes regiões do estado estão sem escola ou estudando em prédios escolares que estão ameaçados ou já condenados e que não deveriam estar funcionando.


O requerimento RQC 946/2023 informa: “Requer seja realizada visita à Escola Municipal João Gomes Ferreira, localizada no Povoado de Vieiras, no Município de Itatiaiuçu, para verificar as condições da comunidade escolar no contexto de risco de rompimento da barragem da Mina de Serra Azul.” no total são 9 proposições legislativas semelhantes a essa em diferentes anos e relacionadas à diferentes escolas. Não tratam de medidas conservadoras ou da incidência direta de atores vinculados à mineração sobre a educação, mas indicam que a falta de fiscalização e monitoramento deste setor, normalmente apoiado por setores políticos conservadores, têm impacto na garantia do direito à educação.


A proposta legislativa sobre o agronegócio é um requerimento, RQN 7358/2021, que “Requer seja encaminhada à Secretaria de Estado de Educação proposta de implementação de disciplina extracurricular no ensino fundamental da rede estadual de ensino com os seguintes temas de grande relevância atual: cooperativismo no agronegócio, aproveitamento dos alimentos, matas ciliares, bem- estar animal, novos alimentos, bioeconomia, agricultura digital, melhoramento genético, agronegócio colaborativo e atividades secundárias”. Note-se a ação para que a modificação curricular aconteça no ensino fundamental e não no ensino técnico ou universitário.


As proposições sobre gênero repetem temas apresentados anteriormente.


A palavra-chave nazismo foi utilizada para catalogar quatro requerimentos que tratam do mesmo assunto:o caso do trote realizado por alunos veteranos da faculdade de direito da ufmg, no qual houve, supostamente, apologia ao preconceito racial e ao nazismo, e pedido de providências para apurar as denúncias e verificar eventual responsabilidade dos envolvidos. Um dos requerimentos sugere, inclusive, a criação de uma delegacia de crimes raciais e delitos de intolerância no estado.


O termo bullying se refere a um requerimento que explicita algo recorrente: a confusão entre preconceito racial e bullying. O requerimento sugere a necessidade de formação continuada de professores sobre este tema para redução do racismo, com envolvimento da comunidade escolar. Não é uma proposição conservadora, mas aponta a falta de políticas para explicitar o que é o racismo no ambiente escolar.


A palavra-chave indígenas cataloga dois requerimentos que solicitam que seja “encaminhado ao superintendente regional de educação de Governador Valadares, da Secretaria Estadual de Educação, o trecho das notas taquigráficas da 4ª reunião extraordinária desta comissão, realizada em 19/3/2013, no qual índios [sic] pataxós da aldeia Gerú Tucunã, localizada no distrito de Felicina, em Açucena, denunciam que os índios [sic] matriculados na Escola Estadual Cristiano Machado estão sofrendo discriminação racial e sendo coagidos a não comparecerem às aulas, com pedido de providências para a instauração de procedimento administrativo para apuração de eventual responsabilidade pelos fatos registrados nessas notas”. Estes requerimentos demonstram os constantes ataques e constrangimentos relacionados com a garantia da educação escolar para as populações indígenas e como este grupo também é vítima de racismo.


Sobre religião, as proposições legislativas abordam a sugestão de inserção do criacionismo na grade curricular; o resgate da disciplina de ensino religioso nas instituições de ensino do estado; e a instituição do “momento com Deus nas escolas”. Demonstrando claro desrespeito à laicidade na educação.

As demais proposições tratam de temas semelhantes aos que foram identificados anteriormente.


Tabela 44 — Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa de Minas Gerais .

Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Destaque para a atuação conservadora de Coronel Henrique e Sargento Rodrigues.


Abaixo as principais palavras-chave relacionadas com as proposições legislativas identificadas.


Tabela 45 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALEMG). Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

RIO DE JANEIRO


No estado do Rio de Janeiro realizamos a busca pelo site da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ Digital) na busca específica das proposições gerais. No total foram identificadas 56 proposições.


Na ALERJ Digital,a busca se dá em diferentes páginas, ao total de oito páginas distintas: Processo Leg. 1991-1994; 1995-1998; 1999-2003; 2003-2007; 2007-2011; 2011-2015; 2015-2019; 2019-2023. Encontramos dificuldades nesta plataforma, pelo fato de que as abas 2003-2007 e 2007-2011 não funcionam adequadamente, o que não permitiu a busca neste período. Neste sistema, há oito páginas distintas divididas sobre o critério do período legislativo quadrienal e sub-buscadores relacionados às seguintes proposições: projetos; indicações; mensagens; moções; ofícios; processos; requerimentos ou proposições gerais.


No que se refere à gênero, ideologia de gênero e linguagem neutra, as proposições seguem o padrão identificado em outros estados.

Sobre a palavra-chave doutrinação, destaca-se o PL 3693/2021 que propõe "Programa Ensino Apartidário".


O termo nazismo aparece relacionado com uma proposta que criminaliza a apologia aos símbolos nazistas, mas a proposta não se enquadra como progressista porque também criminaliza “exaltações de cunho comunista”.


Tanto projetos de gênero, quanto de doutrinação tratam de meios de evitar a difusão de pornografia nas escolas, deste modo o termo, que não se tornou uma palavra-chave na busca desta pesquisa, é recorrente nos projetos no Rio de Janeiro à semelhança do termo pedofIlia em outros estados.


Tabela 46 — Matérias legislativas conservadoras. Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) . Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

A tabela abaixo apresenta as palavras-chave que identificam as proposições legislativas encontradas.

Tabela 47 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ). Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

SÃO PAULO


No estado de São Paulo realizamos a pesquisa pelo site da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo digital (ALESP Digital). No recurso de pesquisa avançada, o texto para pesquisa é dividido em palavras isoladas. O retorno da pesquisa apresentou os documentos que continham pelo menos uma das palavras relacionadas. Utilizamos os operadores +, -, AND e OR, para filtrar o resultado, por meio dos quais realizamos a busca.

As principais palavras-chave são doutrinação, gênero, militarização e religião, que repetem o modelo de propostas para estes temas em outros estados.


Três propostas legislativas tratam de projetos que visam difundir na escola perspectivas políticas relacionadas com a neutralidade política, explícita no PL 230/2019, que institui o Programa Ensino Apartidário. O PL 252/2021 que institui o Programa Escola Pela Democracia também aborda a necessidade de proteger crianças e adolescentes “para que não sejam influenciadas a aceitar, simpatizar ou propagar ideologias totalitárias no ambiente estudantil”. Elas foram identificadas através da palavra-chave “Escola Sem Partido”


O projeto sobre vacinação da Covid-19 veda a exigência de comprovantes e a imposição de qualquer tipo de sanção a professores ou alunos, bem como aos servidores não vacinados ou que se recusem a fornecer o comprovante de vacinação contra a covid-19.

O termo doutrinação também se refere à medidas semelhantes, como o Foco na Aula, proposto pelo PL 506/2020, que apresenta-se inicialmente como medida para instalação de câmeras nas salas de aula de aula para coibir violência contra as escolas, mas encerra com a seguinte justificativa:


Entendemos que a iniciativa contribuirá para que pais, mães e responsáveis possam evitar que conteúdos inadequados sejam exibidos, tais como: doutrinação ideológica, político-partidária, garantindo a neutralidade no ambiente escolar e o aumento da qualidade do Ensino.


Isto demonstra o grau de capilaridade das propostas relacionadas com o Escola Sem Partido e toda sua herança, como a perseguição de professores e a temas específicos, como gênero e neutralidade política.


As propostas catalogadas como afastamento, censura, demissão são desdobramentos deste processo, pois tratam da possibilidade de reduzir direitos dos profissionais de educação que se expressam para além dessa neutralidade e que discutem temas relacionados à gênero ou que fazem uso da linguagem neutra em sala de aula.

As propostas sobre militarização também abordam a necessidade de implementação de escolas cívico militares, assim como a implementação do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECIM).


O termo segurança digital foi utilizado para catalogar o PL 384/2013 que aborda a segurança de crianças e adolescentes na internet para o combate da pedofilia. A medida tem como objetivo divulgar uma cartilha e colocar o tema no currículo escolar. Recordando que o termo pedofília aparece de modo muito vago no projeto e pode abrir possibilidades de interpretação que condene o debate sobre gênero como pedofilia.


As propostas sobre religião repetem os temas apresentados em proposições de outros estados, tratando da necessidade de incluir ensino de religião nas escolas ou a instituição de programas como “Deus na Escola”.


As propostas sobre raça tratam de moções para a não implementação de cotas raciais no Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES).


A tabela abaixo apresenta os tipos das proposições legislativas identificadas.


Tabela 48 — Matérias legislativas conservadoras. Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) . Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Tabela 49 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP). Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

3.5 Região Sul


Na região Sul encontramos 77 proposições legislativas, conforme a tabela do Mapeamento Educação Sob Ataque da Região Sul correspondendo a 5,8% das proposições localizadas neste mapeamento. Em relação às palavras-chave mais relevantes, as incursões conservadoras relacionadas a gênero respondem a 25% , seguido de educação domiciliar, 15,5%.


A seguir, seguem as análises referentes aos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.



Tabela 49 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP). Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

PARANÁ


No estado do Paraná, as buscas foram realizadas no portal da Assembleia Legislativa do Paraná.


Quanto ao tipo de proposições pesquisadas, incluímos Projeto de Lei; Projeto de Lei Complementar; Projeto Decreto Legislativo; Projeto de Resolução; Indicação; Proposta de Emenda à Constituição; Proposição; Requerimento; Veto; Resolução; Decreto Legislativo; Emenda Constitucional; Lei; Lei Complementar.


Neste estado localizamos 20 proposições relacionadas ao mapeamento.


Tabela 50 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Paraná (ALEPR) . Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Tabela 51 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Paraná (ALEPR). Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

RIO GRANDE DO SUL


No Rio Grande do Sul, encontramos 21 proposições sobre as pautas ultraconservadoras, no site da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A tabela abaixo apresenta os tipos de proposições identificadas.


Tabela 52 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALERS). Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

Quanto ao tipo de matéria legislativa pesquisada, foram incluídas as seguintes: Projeto de Decreto Legislativo (PDL); Proposta de Emenda à Constituição (PEC); PL (Projeto de Lei); Projeto de Lei Complementar (PLC); PR (Projeto de Resolução); Requerimentos; Veto Parcial (VP); Veto Total (VT).


A tabela abaixo apresenta as palavras-chave relacionadas com as proposições identificadas.


Tabela 53 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALERS). Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

SANTA CATARINA


Em Santa Catarina, as buscas foram realizadas em dois portais distintos da Assembleia de SC: As buscas foram realizadas em dois portais da Assembleia Legislativa de SC: Portal E-Legis (com proposições a partir de 2023) e o Portal Proclegis até 2022.


Nesta pesquisa encontramos 36 proposições legislativas sobre a pauta conservadora. 32 proposições ultraconservadoras e 4 de oposição à pauta. 11 indicações (IND), 11 moções (MOC), 1 MSV (acredito que seja Mensagem de Veto), 2 pedidos de informação (PIC), 6 PLs (Projetos de Lei), 1 projeto de lei complementar (PLC), 2 RQC (requerimentos capeados), 2 requerimentos (RQS).


Destaque para Jessé Lima (atualmente no PL), que apresentou 12 das 36 proposições encontradas sobre os diversos temas conservadores.

Tabela 54 — Matérias legislativas por tipo. Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa de Santa Catarna (ALESC). Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

A palavra-chave doutrinação foi a mais recorrente, incluindo propostas que denunciam escolas e professores por realizarem doutrinação, sugerindo afastamento.


Conforme tabela abaixo, as palavras chaves relacionadas com as proposições identificadas são:


Tabela 55 — Principais palavras-chave do Mapeamento Educação Sob Ataque na Educação — Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC). Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2023.

4. REFERÊNCIAS E PESQUISAS

ESCOLA SEM PARTIDO











Professores contra o Escola Sem Partido

É um observatório de professoras e pesquisadoras da Educação que estudam para combater os movimentos e estratégias de censura da educação. Para isso, em suas produções buscam informar e produzir conteúdo de análise sobre o avanço da censura ultraconservadora.


Por unanimidade, STF declara inconstitucional lei municipal de 'ideologia de gênero' em escolas

Lei proibia debate sobre identidade de gênero; grupo de entidades do qual faz parte a Campanha elaborou subsídios ao processo


Carta da sociedade civil à equipe de transição apresenta medidas para combater censura na educação

Diante de diversos retrocessos e com o fenômeno da censura estimulado por Bolsonaro, grupo de articulação aponta a urgência do novo governo promover o fortalecimento dos direitos humanos e combater a censura na educação


Decisões do STF contra censura em escolas é tema de campanha nas redes sociais

Com uma série de vídeos, entidades buscam fortalecer educadoras/es e comunidades escolares para enfrentar perseguições e a autocensura













Manual de Defesa Contra a Censura nas Escolas

A publicação apresenta orientações jurídicas e estratégias político-pedagógicas em defesa da liberdade de aprender e de ensinar, baseadas em normas nacionais e internacionais e na jurisprudência brasileira.


MILITARIZAÇÃO









Rede Nacional de Pesquisa sobre Militarização da Educação

A Rede Nacional de Pesquisa sobre Militarização da Educação reúne docentes das diferentes redes e níveis da educação, pesquisadores(as) e ativistas que se dedicam a pesquisar os processos de militarização da educação no Brasil, as relações com a democracia e seus desdobramentos na construção de valores morais e sociais em crianças, adolescentes, jovens e adultos nos diferentes espaços da vida social e, em especial, nas instituições educativas.

Entendemos que a atual conjuntura está permeada por políticas e programas conservadores e reacionários que têm causado retrocessos no processo civilizatório e tem dificultado a implementação de um projeto emancipatório de educação. Esses retrocessos se traduzem, dentre outros, na militarização de educação das escolas, essencialmente as públicas, caracterizada pelo repasse/compartilhamento da gestão das unidades escolares para militares das diferentes forças, nas suas dimensões disciplinar, administrativa e pedagógica.


200 entidades pedem desmilitarização da educação e da vida a Lula

Em carta, entidades pressionam o governo pelo fim do Programa Nacional das Escolas Cívico- Militares e alertam que a militarização viola garantias constitucionais e os direitos de crianças, adolescentes, jovens e dos profissionais da educação


RAÇA E ETNIA






Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí)

É uma organização não-governamental com sede em Salvador, Bahia, dedicada à defesa e à promoção dos direitos dos povos indígenas, de sua autodeterminação e dos seus valores culturais, e, de modo mais amplo, ao reconhecimento e ao respeito à sociodiversidade e à diversidade cultural do Brasil. Com esses objetivos, dispõe em seu site de informações sobre o trabalho desenvolvido pela instituição, sobre os povos indígenas com que trabalhamos na região Nordeste – Leste do país, e sobre a política indigenista no Brasil e no mundo.










Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)

A APIB é uma instância de referência nacional do movimento indígena no Brasil, criada de baixo pra cima. Ela aglutina nossas organizações regionais indígenas e nasceu com o propósito de fortalecer a união de nossos povos, a articulação entre as diferentes regiões e organizações indígenas do país, além de mobilizar os povos e organizações indígenas contra as ameaças e agressões aos direitos indígenas.










Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ)

Luta pela garantia de uso coletivo do território, pela implantação de projetos de desenvolvimento sustentável, pela implementação de políticas públicas levando em consideração a organização das comunidades de quilombo; por educação de qualidade e coerente com o modo de viver nos quilombos; o protagonismo e autonomia das mulheres quilombolas; pela permanência do (a) jovem no quilombo e acima de tudo pelo uso comum do Território, dos recursos naturais e pela em harmonia com o meio ambiente.


Indicadores da Qualidade na Educação - Relações Raciais na Escola

Trata-se de um instrumento que permite à comunidade escolar avaliar suas práticas, ao tempo em que descobre novos caminhos para construção de uma educação com a marca da igualdade racial. Essa metodologia participativa orientou a própria elaboração dos indicadores, desenvolvidos por meio de amplo trabalho coletivo por iniciativa da organização não governamental Ação Educativa.


Pesquisa “Lei 10.639/03: a atuação das Secretarias Municipais no ensino de história e cultura africana e afro-brasileira”

O estudo, Geledés – Instituto da Mulher Negra e Instituto Alana, mostra o quanto as Secretarias Municipais de Educação estão organizadas para inserir efetivamente no currículo escolar conteúdos e abordagens sobre história e cultura africana e afro-brasileira comprometidos com uma educação antirracista.










Projeto Seta

O SETA tem como objetivos o aprimoramento do diálogo nacional e a incidência sobre racismo na educação; a produção de evidências e pesquisas sobre educação antirracista; formação de formuladores e gestores para incidência na criação e implementação de políticas públicas; a formação e apoio a profissionais da educação com materiais educacionais para educação étnico-racial e a ampliação do diálogo sobre o racismo nas comunidades escolares.


GÊNERO









Gênero e Educação

Este site reúne conteúdos informativos, pedagógicos, de reflexão e de ação política produzidos por Ação Educativa e entidades parceiras em prol da igualdade de gênero na educação, sempre abordada em uma perspectiva interseccional articulada às desigualdades de raça, sexualidade e renda. Uma atenção especial é dada às informações que contribuam para o fortalecimento do trabalho cotidiano das creches e escolas e dos processos de organização coletiva na educação e na sociedade.


Rogério Junqueira, doutor em Sociologia (Universidade de Milão e Macerata), pesquisador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Dedica-se a pesquisas e análises no campo dos exames e das avaliações educacionais, com ênfase em gênero, diversidade sexual, deficiência, cotidiano escolar, direitos humanos e discriminações na escola. Atuou na implementação do Programa Brasil Sem Homofobia.

“Ideologia de gênero”: uma ofensiva reacionária transnacional

Ideologia de gênero”: a gênese de uma categoria política reacionária

Aqui não temos gays nem lésbicas”: estratégias discursivas de agentes públicos ante medidas de promoção do reconhecimento da diversidade sexual nas escolas
















Mães da Resistência

É um coletivo de mães, pais e familiares de pessoas LGBTQIAPN+ que lutam pelos seus direitos. (Foto acima: Jorge Silvestre/Divulgação)


UMA CARTILHA PARA MÃES E FAMILIARES DE PESSOAS LGBTQIAPN+

Manifesto Mães da Resistência


Igualdade de gênero não é um luxo, é tão crucial quanto pão

O dia das mulheres não é um dia de cortejo e de afagos de compensação, mas um dia de memória de luta, de resgate do trabalho, dos esforços e da História de tantas mulheres que nos deixaram um legado e, para além disso, de responsabilidade de seguirmos na luta pela transformação do mundo e das relações humanas.


EDUCAÇÃO DOMICILIAR


Nota Técnica da Campanha Nacional pelo Direito à Educação contra a Educação Domiciliar

Para a análise da proposta e posterior elaboração do parecer legislativo, é preciso considerar 14 pontos que justificam a contrariedade da Campanha Nacional pelo Direito à Educação em relação à regulamentação da educação domiciliar













Mais de 400 entidades lançam manifesto contra os projetos de homeschooling que tramitam no Congresso Nacional

Coalizões, Redes, Entidades Sindicais, Instituições Acadêmicas, Fóruns, Movimentos Sociais, Organizações da Sociedade Civil e Associações lançam manifesto público, com mais de 400 assinaturas, alertando para o extremo risco de uma possível autorização e regulamentação da educação domiciliar (homeschooling) no Brasil.


LIVROS DIDÁTICOS


Edital do PNLD expõe autoritarismo bolsonarista

Não faltam, na história, episódios de perseguição aos livros com símbolos do conhecimento e da liberdade de expressão. Um desses meios é agir diretamente sobre o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e isso tem dois impactos. O primeiro é, evidentemente, o pedagógico, com interferência nos conteúdos dos livros que serão adotados nas escolas. O segundo é sobre o mercado editorial, que, tendo o governo como um grande consumidor, passa a já pensar, escolher ou até autocensurar suas publicações de acordo com aquilo que sabe que o governo vai comprar. - Artigo de Madalena Guasco na Carta Capital


Entenda como os ataques a gênero afetam o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)

Edital do PNLD 2023 retira a afirmação da defesa dos direitos humanos e privilegia a alfabetização pelo método fônico.Alterações no PNLD são parte de intensificação de ataques a gênero na Educação, segundo aponta relatório da sociedade civil.


O agro quer ser pop nas escolas ou da arte de esconder o óbvio

Exemplo disso é o Movimento De olho no Material Escolar, liderado por duas mulheres ligadas ao Agronegócio, Andréia Bernabé e Leticia Zamperlini Jacintho, que iniciou a sua atuação com o objetivo de fiscalizar e disputar o currículo escolar da rede pública e privada. A movimentação teve início em 2018, quando a produtora rural Letícia Jacintho apresentou uma carta ao Colégio privado Anglo no município de Barretos/SP, alegando uma abordagem “negativa” sobre o Agronegócio no material didático. Naquela ocasião, reuniu outros pais da região de Barretos/SP para pautar a necessidade de revisão dos materiais didáticos. Para isso, buscaram o apoio das entidades do agronegócio, gestores educacionais e parlamentares da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).


RELIGIÃO E LAICIDADE

















O Estudo Religião e Laicidade na Educação Brasileira é fruto de um esforço da Campanha Nacional pelo Direito à Educação para compreender as relações entre a educação pública brasileira, algumas das religiões que constituem a nossa história e sociedade, e a busca por uma educação efetivamente laica, que trate com equidade e justiça as crenças que compõem os imaginários e as práticas culturais do país, ao passo em que resguarda o interesse público e os direitos sociais a partir do conhecimento científico e do debate democrático.

O Estudo é dividido em seis capítulos. No primeiro, “Laicidade e secularismo: o que são e pra que servem?”, buscamos apresentar e discutir os conceitos de laicidade e secularismo e sua aplicação para o Brasil; no segundo, “Aspectos jurídicos”, são relembrados os parâmetros legais que regem o status laico do país, contemplando discussões políticas sobre as leis que regulam as relações entre as instituições religiosas e o Estado; o terceiro, “As religiões no Brasil”, traça um breve percurso histórico das principais religiões do país em suas dinâmicas com o poder público, além de abordar aspectos socioeconômicos e culturais dos três estados que são enfoque da pesquisa realizada, a saber, Amapá, Amazonas e Maranhão.


No quarto capítulo, “A laicidade na educação: aspectos jurídicos e conceituais”, abre-se a discussão sobre a legislação educacional que normatiza as possibilidades e limites das religiões em sua relação com a educação. No quinto capítulo, “Problemáticas que envolvem religião e educação no Brasil”, discute-se alguns dos principais aspectos das políticas e práticas educacionais que são alvo de embates, especialmente entre grupos progressistas e conservadores. Por fim, no sexto capítulo, intitulado “Boas práticas e recomendações para a laicidade na educação”, são apresentadas propostas de políticas públicas que reforcem a laicidade na educação e iniciativas do poder público, de grupos religiosos e seculares em prol da liberdade religiosa e do direito à educação laica.


Com o Estudo Religião e Laicidade na Educação Brasileira, não se pretende esgotar as discussões e possibilidades que permeiam as relações entre Estado, religião e educação, mas apresentar aspectos centrais dessas relações na contemporaneidade e reforçar a importância de uma educação laica, premissa que está sob fortes ataques no contexto atual de ascensão do conservadorismo político e do fundamentalismo religioso, assim como demonstrar caminhos possíveis para a efetivação do direito à educação em sua integralidade.




AGRONEGÓCIO NA EDUCAÇÃO
















Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Educação

O MST busca construir coletivamente um conjunto de práticas educativas na ​direção de um projeto social emancipatório, protagonizado pelos ​trabalhadores e trabalhadoras. A construção de uma escola ligada à vida das ​pessoas, que torne o trabalho socialmente produtivo, a luta social, a ​organização coletiva, a cultura e a história como matrizes organizadoras do ​ambiente educativo escolar, com a participação da comunidade e auto-​organização dos educandos e educandas, e dos educadores e educadoras.


Observatório da Alimentação Escolar

O Observatório da Alimentação Escolar (ÓAÊ) é resultado de uma ação ​conjunta entre organizações da sociedade civil e movimentos sociais para ​monitorar e mobilizar a sociedade sobre a importância do Programa Nacional ​de Alimentação Escolar (PNAE). Nosso objetivo é ampliar a escuta, as ​narrativas e o diálogo com estudantes e suas famílias, agricultoras e ​agricultores familiares, além de membros de conselhos que atuam com a ​alimentação escolar, para incidir de forma coletiva na defesa deste programa.

Lançado em fevereiro de 2021, o observatório é resultado da convergência de ​processos de mobilização e incidência de movimentos sociais e redes do ​campo da soberania e segurança alimentar e nutricional (SSAN) e da ​educação, que se uniram em defesa do PNAE no contexto da pandemia do ​coronavírus, e que seguirão unidas em um cenário de constantes ameaças e ​desmonte de políticas públicas fundamentais para a garantia do direito ​humano à educação e à alimentação adequada e saudável (DHANA).

O que nos move é a defesa da Alimentação Escolar como um direito universal ​de todos/as estudantes da rede básica de ensino, a oferta de alimentação ​adequada e saudável, a garantia das compras públicas da agricultura familiar, ​e a participação social ativa e informada.


Pretendemos ativar o debate público sobre o PNAE a partir da pesquisa, da ​organização de subsídios para a incidência política, e da amplificação da voz ​dos/as estudantes, seus responsáveis, e agricultores/as familiares, com ​especial atenção à juventude e às populações negras.


Acreditamos que é fundamental que a sociedade brasileira conheça mais o ​papel que o PNAE desempenha na garantia do DHANA, e se mobilize em sua ​defesa. Desejamos fortalecer os espaços formais de participação como é o ​caso dos conselhos de alimentação escolar (CAEs), de segurança alimentar e ​nutricional (Conseas) e de educação (CEs), mas sobretudo o engajamento da ​juventude em cada escola pública do nosso país.


O agro quer ser pop nas escolas ou da arte de esconder o óbvio

A apresentação da entrada destes atores na educação expõe mais um grupo a ​disputar a escola pública. A chegada destes conteúdos não vem acompanhada ​de investimentos em infraestrutura ou do questionamento da falta de ​infraestrutura das escolas. Mas vem disputar os alunos para que eles se ​tornem favoráveis à exploração das terras e do campo da maneira feroz e ​desregrada que vem acontecendo desde sempre. Também é consequência de ​grupos de direita e conservadores que consideram que a escola apresenta ​apenas conteúdos marxistas e comunistas, quando em realidade não ​compreende que o ensino é crítico da situação que existe no país. Como ​defensores de uma educação de qualidade para todas e todos e que promova ​a justiça social, acreditamos que essa educação deve ser libertadora e ​apresentar o que de fato acontece e como essa realidade pode ser ​transformada. Portanto, o agro não é pop e as escolas e seus professores têm ​sim o direito à autonomia de ensino sobre este tema.


VIOLÊNCIA CONTRA AS ESCOLAS


ATAQUES ÀS ESCOLAS NO BRASIL: análise do fenômeno e recomendações para a ação governamental

O presente relatório é produto do Grupo de Trabalho (GT) de Especialistas em Violências nas Escolas. Para propiciar a participação dos 68 membros do GT, foi executada uma estratégia participativa, fazendo uso de ferramentas e plataformas de Internet. Com o objetivo de tornar o relatório representativo e legítimo, foram elaborados cinco rascunhos, submetidos a sugestões e revisões. A primeira versão resultou da sistematização das 30 oitivas, realizadas entre abril e junho de 2023, envolvendo 340 pessoas. A partir dela, o texto foi sendo aprimorado, passando pelas versões dois a cinco. O quinto e último rascunho foi apresentado à equipe do Ministério da Educação no início de outubro, resultando neste documento, após incorporação das sugestões deste órgão. Ao todo, este documento é fruto da sistematização de 2.108 colaborações. Entre todas as tarefas de relatoria, o principal desafio foi tornar o relatório consistente, coerente e coeso, especialmente diante do debate conceitual e das negociações textuais, frente a um grupo tão extenso e diverso. Isso envolveu planejar o processo, estruturar o documento, elaborar análises, coletar e sistematizar sugestões, além de consolidar o todo com referências bibliográficas reconhecidas no debate público e na literatura científica. No total, foram mobilizadas mais de 140 referências, fazendo uso dos acúmulos indicados pelo grupo, além da interlocução com pesquisadoras e pesquisadores dedicados ao tema. Por último, sobre a abordagem metodológica, ela segue a estratégia mais consolidada na literatura internacional sobre o tema: a análise do problema. Assim, foram realizados estudos de caso dos ataques às escolas. Essa tem sido a metodologia mais bem-sucedida para a compreensão do fenômeno e, consequentemente, para a formulação de políticas públicas – objetivo principal deste relatório.


Guia sobre Prevenção e Resposta à Violência às Escolas

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação disponibiliza gratuitamente o Guia sobre Prevenção e Resposta à Violência às Escolas.


O material apresenta:

– Formas de prevenir a violência contra e entre estudantes;

– Planejamento sobre segurança nas instituições de ensino;

– Elementos essenciais para intervenção e resposta imediata;

– Como lidar com informações de ameaças;

– Sugestões de ação após ataques;

– Orientações para plataformas digitais, jornalistas e produtores de conteúdo.


Tendo como objetivos:

  • Compilar uma série de informações, dados e links úteis disponíveis em fontes confiáveis sobre prevenção e resposta à violência às escolas;
  • Elaborar recomendações para a garantia do direito da criança e do adolescente à educação e à proteção absoluta nesse contexto;
  • Orientar as comunidades escolares, as famílias e os profissionais das áreas de educação, proteção, segurança pública e tecnologia da informação sobre construir elementos para poderem atuar em situações de ameaças e violência às escolas.


Relatório ao Governo de Transição | O ultraconservadorismo e extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às instituições de ensino e alternativas para a ação governamental

No dia 25 de novembro as comunidades escolares da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Primo Bitti e do Centro Educacional Praia de Coqueiral, localizadas no município de Aracruz (Espírito Santo), foram vítimas de ataques que resultaram em 4 mortes e 12 feridos. O autor dos atentados, um adolescente de 16 anos, tinha sido mobilizado pelo extremismo de direita. Infelizmente, a tragédia de Aracruz não foi um caso isolado no Brasil. Desde o início dos anos 2000 já ocorreram 16 ataques, dos quais 4 aconteceram neste segundo semestre de 2022. Ao todo, 35 pessoas perderam suas vidas e 72 sofreram ferimentos. Diante da gravidade do fenômeno, no âmbito da transição governamental para a gestão Lula-Alckmin, como um dos 22 coordenadores do Grupo Temático de Educação, propus aos coordenadores executivos a elaboração deste relatório, com o objetivo de explorar o problema e propor estratégias de ação. Aprovada a ideia, reuni um grupo de 11 pesquisadoras e ativistas reconhecidas nacionalmente, todas dedicadas à educação pública e à prevenção do extremismo de direita em nosso país, com experiências e visões diversas. Ao final do documento é possível conhecer melhor a autoria coletiva deste relatório, mas desde já agradeço a Andressa Pellanda, Catarina de Almeida Santos, Claudia Maria Dadico, Fernanda Rasi Madi, Fernanda T. Orsati, Juliana Meato, Letícia Oliveira, Lola Aronovich, Luka Franca, Marcele Frossard e Paola da Costa Silveira. Agradeço também a colaboração de Miriam Abramovay. Foi um trabalho intenso, com prazo curto, realizado graças ao compromisso público de cada pessoa envolvida. Este documento é fruto de um trabalho pioneiro que buscou ser exaustivo na exploração de um tema extremamente difícil. Para confeccioná-lo, foi considerada a literatura nacional e internacional sobre o assunto, experiências bem-sucedidas de políticas públicas fora do país, além da necessária preocupação pedagógica e jurídica, considerando também as contribuições das áreas da Psicologia e da Sociologia. O intuito é claro: propor estratégias concretas para a ação governamental. Embora seja inédito, este relatório é apenas uma primeira contribuição diante de um assunto que o Brasil ainda não demonstra preparo para enfrentar. Desejamos colaborar para mudar essa história.


CRÉDITOS

Coordenação institucional

Campanha Nacional pelo Direito à Educação



Organização, coordenação e edição

Andressa Pellanda

Marcele Frossard



Pesquisa


Andressa Pellanda

Helena Rodrigues

Marcele Frossard

Renan Simão

Assistência de pesquisa


Juliana Meato

Comitê Técnico

Bárbara Lopes

Catarina de Almeida Santos

Daniel Cara

Edinalva Mendes Tupinambá

Fernanda Lapa

Fernanda Moura

Marco Prado

Miriam Abramovay

Rogério Junqueira

Salomão Ximenes

Socorro Elias Gamenha

Valter de Jesus Leite

Sara Wagner York



Design e diagramação

Letícia Uyetaqui




Comunicação

Renan Simão

Rayanne Mello

Alanna Mangueira




Apoio

Terre des Hommes Suisse


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